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Onde investir em 2023: BDRs e ações estrangeiras podem ser boas opções, mas apenas para quem tiver frieza para aguentar a volatilidade.


Há seis meses, muitas das discussões sobre investimentos em ações passavam pela ideia de que uma recessão global era praticamente inevitável. Hoje, essa possibilidade já não é mais tão óbvia assim, especialmente na maior economia do mundo — os Estados Unidos. Ainda assim, juros e inflação altos parecem uma combinação mais duradoura do que era imaginado, o que também vai impactar diretamente na maneira como você investirá seu dinheiro nos próximos meses.


Para quem mira em BDRs (recibos de ações) e ações estrangeiras , os tempos já foram mais fáceis. Hoje, há quase um consenso de que poucas classes de ativos parecem mais atraentes do que a renda fixa. Mas vale a máxima: olhar na direção contrária àquela que todo mundo já observa pode ser muito vantajoso para quem tiver uma estratégia bem desenhada.


Por isso, se você chegou até aqui pensando em investir no exterior ou em BDRs, posso te dizer que há oportunidades no radar, com a possibilidade de bons ganhos lá na frente — mas, antes, será preciso ter estômago para encarar a volatilidade.


De maneira geral, os especialistas veem com bons olhos BDRs e ações de empresas de tecnologia, como Amazon (AMZO34), Alphabet (GOGL34) e Apple (AAPL34); além do setor de petróleo e gás, com nomes como Chevron (CHVX34) e Exxon Mobil (EXXO34).


O segmento financeiro, com Visa (VISA34) e grandes bancos, que incluem Goldman Sachs (GSGI34) e JP Morgan (JPMC34), também é citado entre as boas oportunidades. Há também alguns nomes pontuais no varejo, como Coca Cola (COCA4), Procter & Gamble (PGCO34) e Johnson & Johnson (JNJB34).


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Vale lembrar também que momentos de incerteza doméstica, como vemos nessa transição de governo, exigem ainda mais diversificação geográfica, com olhos não apenas em rentabilidade, mas também proteção.


A alocação no exterior, seja via BDRs ou ações gringas, tende a ser importante para quem busca diversificação da carteira, redução de riscos e mais oportunidades de investimento. E algo que facilitou muito a vida do investidor nos últimos anos é o acesso facilitado aos BDRs: a bolsa brasileira conta atualmente com 828 ativos do tipo, a maior parte deles de companhias americanas.


Neste especial, vamos trazer um panorama para os BDRs e ações estrangeiras, com as alternativas mais promissoras. Mas é claro que também há opções mais simples, como o investimento em ETFs — os chamados fundos de índice —, um ativo negociado em bolsa que replica uma carteira de investimentos.


Assim, é possível comprar "um espelho" do S&P 500 ou do Nasdaq, por exemplo, sem muita complicação.


Esta matéria faz parte de uma série especial do Seu Dinheiro sobre onde investir no primeiro semestre de 2023. Eis a lista completa:


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Cenário macro Bolsa Bitcoin e criptomoedas Renda fixa FII e imóveis Investimentos no exterior (você está aqui) Dólar, ouro e proteções para a carteira Tendências de carreira em 2023 (13/1)


Como foi o ano das bolsas.


O mercado de ações não fez os olhos de muita gente brilharem no ano passado, com exceção de estratégias e ativos específicos. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve ganhos de 4,7% no acumulado de 2022, encerrando aos 109.735 pontos.


Já os três principais índices de Wall Street encerraram o ano com as maiores perdas anuais desde a crise financeira de 2008.


O S&P 500 recuou 20%, enquanto o Dow Jones caiu 9,40%, e o Nasdaq tombou mais de 33%, demonstrando que o cenário externo não está para brincadeira.


Mas apesar do sentimento ruim que esses números trazem, outra máxima do mercado diz que é nos momentos de baixa que os investidores podem encontrar o que há de melhor por um preço atraente.


E, como você também já deve ter escutado por aí, ninguém colhe frutos no mercado acionário em dois ou três meses. O negócio é comprar com visão de longo prazo, na expectativa de ultrapassar esse mar revolto de hoje.


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"Enquanto ainda houver atuação do Fed, ainda haverá uma espada na cabeça do setor de ações"


A frase acima é de Roberto Shinkai, gestor de renda variável da Bradesco Asset. Mas, calma: apesar das palavras de impacto, nem tudo está perdido.


Muita gente ficou sem saber para onde olhar nos últimos meses ao tentar analisar qualquer cenário macroeconômico e suas consequências para a renda variável.


Até mesmo os profissionais da área se viram confusos pela falta de previsibilidade sobre o futuro, quadro que se agravou diante da guerra da Rússia contra a Ucrânia.


A boa notícia é que hoje é menos difícil fazer essa leitura e, portanto, direcionar seus investimentos. É praticamente consenso no mercado que as taxas de juros e a inflação chegaram ao seu pico nas principais economias do mundo — ou algo muito próximo disso.


Ainda é bem cedo para falar em queda de um desses dois elementos, o que deve trazer uma volatilidade natural para 2023. Mas saber que juros e inflação podem ter parado de avançar em ritmo acelerado e que vão pelo menos estacionar ao longo do ano pode ajudar.


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Ou seja: o cenário não é brilhante e perfeito, ainda há pressão no mercado de ações. Mas, sem dúvida, já tivemos momentos piores.


Para Marcelo Toledo, economista-chefe da Bradesco Asset, 2023 deve ser marcado pelo fim dos ajustes realizados pelos bancos centrais mundo afora com o objetivo de combater a inflação. Isso, por si só, traz alívio.


"Essa deve ser a principal mudança para o ano que vem quando falamos em inflação e juros. Não porque eles devem cair, mas a primeira deve estabilizar, parando o juros", diz.


Ele projeta, ainda, o fim do ciclo de dólar forte, algo que tende a ser benéfico para os preços dos ativos de risco.


Saindo do macro e indo para o micro.


Se a leitura do lado macroeconômico está um pouco menos nebulosa, é hora de olhar para os fundamentos das empresas para formular qualquer decisão de investimento.


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Assim, é possível fazer algumas apostas.


Gestores concordam que a melhor saída para quem quiser se arriscar investindo em ativos no exterior é observar companhias de qualidade, especialmente setores e empresas com bom histórico de lucros e capacidade de repassar a inflação.


Setores defensivos e com bons pagamentos de dividendos também merecem atenção.


São destaque ainda as empresas de energia, especialmente petroleiras. Aqui, o principal risco vem dos fatores macroeconômicos, que podem afetar a cotação do petróleo no mercado e, por consequência, afetar o balanço dessas companhias independentemente de seus fundamentos. Mas as empresas em si souberam atravessar bem o período da pandemia e apresentaram resultados robustos nos últimos trimestres.


Já os setores mais cíclicos e sensíveis à atividade econômica devem ser evitados, como consumo e imobiliário. Esse grupo é mais penalizado pelas economias mais fracas, alta de juros e menor poder de compra das famílias.


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"Um ponto essencial é buscar proteção contra a inflação, que está alta no mundo inteiro. Empresas de saúde e serviços públicos, por exemplo, têm conseguido repassar preços e são boas defesas em períodos voláteis", explica Rodrigo Araújo, estrategista-chefe de investimentos da Global X ETFs para América Latina.


Hoje, ele afirma olhar mais para as teses de resiliência e crescimento disponíveis no exterior, assim como os setores específicos de infraestrutura e energia limpa.


Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter Research, recomenda também atenção com os balanços das empresas antes da tomada de decisão.


Para ela, revisões de lucro e cortes de preço-alvo serão vistos ao longo do primeiro semestre, especialmente porque alguns desses preços já não refletem a realidade. Logo, a bolsa americana pode ficar um pouco mais pressionada.


"Pelo lado positivo sempre tem quem passe bem por esse cenário, como o setor financeiro. Com juros altos por mais tempo, a receita deles é favorecida e compensa outras linhas", diz, destacando os grandes bancos.


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É um pensamento semelhante ao de William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. Para ele, ainda que os bancos sofram especialmente com a inadimplência, os papéis já caíram bastante nos últimos meses.


"Mesmo que ainda haja perspectiva de aumento da inadimplência, eu diria que o mercado já antecipou bastante coisa. Os setores financeiro e de tecnologia podem ter um ponto de entrada interessante ao longo dos próximos meses por causa disso", afirma.


As melhores localizações para ações estrangeiras.


Ao comentarem a melhor localização para direcionar seus investimentos, os Estados Unidos surgem no topo da lista de alguns gestores. Em relatório recente, por exemplo, o BTG Pactual apontou que o mercado global pode voltar a apresentar apetite ao risco nos próximos meses, especialmente com a melhora nos números de inflação e avanço do ciclo monetário nos Estados Unidos.


Assim, o banco segue alocando no mercado americano em busca de diversificação geográfica.


Para Nicholas McCarthy, CIO do Itaú Unibanco, os próximos meses podem guardar boas oportunidades em países emergentes.


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"Esse grupo como um todo pode ser uma boa opção para investir diante da desvalorização do dólar. Quando olho os Estados Unidos estou mais neutro, nem otimista, nem pessimista porque já tem muita coisa precificada e as empresas devem ter lucro menor", diz.


Também em relatório, a XP se mostrou mais cautelosa com os Estados Unidos para os próximos meses. A visão é baseada nas projeções de lucros consideradas "muito otimistas" para as empresas, o discurso contracionista do Federal Reserve (Fed) diante da economia ainda resiliente e valuations considerados não atraentes pela equipe frente ao aumento do juro real no país.


A Europa, por sua vez, é praticamente descartada pela maior parte dos bancos e gestores, já que as chances de uma recessão são grandes e ainda não estão totalmente precificadas nas projeções de lucro das empresas. A crise energética é outro fator de preocupação para o continente.


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Ana Carolina Neira.


Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero com especialização em Macroeconomia e Finanças (FGV) e pós-graduação em Mercado Financeiro e de Capitais (PUC-Minas). Com passagens pelo portal R7, revista IstoÉ e os jornais DCI, Agora SP (Grupo Folha), Estadão e Valor Econômico, também trabalhou na comunicação estratégica de gestoras do mercado financeiro.

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