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Megaesôfago: o que é, causas e formas de tratamento.


O esôfago é um órgão em formato de tubo que conecta a faringe com o estômago. Em alguns casos, ele pode dilatar ou expandir bastante, dificultando a deglutição dos alimentos e provocando sintomas desagradáveis. Essa condição de saúde ficou conhecida como megaesôfago.


É considerado um problema de saúde raro, que atinge homens e mulheres na mesma proporção. Segundo o American Journal of Gastroenterology , afeta cerca de uma a cada 100 mil pessoas por ano.


“O megaesôfago acontece quando há uma falha de abertura do esfíncter inferior do esôfago. Esta válvula que o separa do estômago não relaxa ou não abre devidamente. Por conta disso, o esôfago fica dilatado”, explica Joaquim Prado Moraes-Filho, professor de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).


Principais causas.


Muitas vezes, as causas do megaesôfago são desconhecidas. Há casos em que o problema surge após um tumor na região, e também devido a alguma doença autoimune, que atinge os músculos do esôfago. Raramente a condição é congênita, ou seja, está presente desde o nascimento.


No entanto, no Brasil, a razão mais frequente de megaesôfago é a doença de Chagas . Nesses casos, surge o megaesôfago chagásico, que leva à perda dos movimentos peristálticos. Vale destacar que o problema é provocado por um inseto (“barbeiro”) que transmite o protozoário Trypanosoma cruzi ao homem.


Sintomas.


Geralmente, o megaesôfago faz com que o alimento encontre dificuldade para ir do esôfago ao estômago.


Entre os sintomas mais comuns, estão:


Dor no tórax; Dificuldade para engolir; Azias, regurgitação e refluxos; Tosse, principalmente ao deitar; Dificuldades respiratórias quando os alimentos, líquidos e saliva seguem para os pulmões; Sensação de bloqueio doloroso na garganta; Perda de peso.


Diagnóstico.


Após os sintomas, principalmente com a dificuldade de engolir persistente, é comum que o indivíduo busque ajuda médica.


Geralmente, o diagnóstico é feito por meio de um exame de raios-x com contraste do esôfago.


“Também pode ser realizado um exame chamado de manometria, que permite medir as contrações do esôfago passando uma sonda dentro dele. A endoscopia também é importante para descartar outras doenças, como câncer”, destaca o dr. Fernando Herbella, professor de gastroenterologia cirúrgica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


Doença ainda é desconhecida.


No final de 2022, Lívia Sitta, 32, acreditou que os sintomas de megaesôfago fossem uma crise de ansiedade. No entanto, a publicitária começou a ter dificuldade de engolir e, logo depois, sentiu dores fortes no peito. Mas foram meses até receber um diagnóstico correto e começar o tratamento.


“Acreditei que era refluxo, fiz endoscopia, comecei a usar medicamentos e os sintomas pioraram. Tive muitos espasmos e sensação de que a comida estava entalada. Não conseguia engolir e perdi vários quilos até receber o diagnóstico de acalasia idiopática [ausência ou redução dos movimentos peristálticos do esfôgo e falta de relaxamento do esfíncter esofágico inferior, sem causa definida]. Fiz uma cirurgia por laparoscopia para controlar os sintomas e hoje estou melhor”, conta.


Formas de tratamento.


As opções de tratamento são variadas, dependendo do estado clínico de cada pessoa. As medidas terapêuticas visam reduzir a gravidade dos sintomas e proporcionar mais conforto ao permitir que o alimento chegue mais facilmente ao estômago, atuando na válvula que não se abre.


Durante toda a vida, pessoas com megaesôfago precisarão ter um acompanhamento médico e realizar algumas mudanças na rotina, como evitar comer e deitar ou beber um pouco de líquidos com alimentos mais secos.


Veja abaixo os principais tratamentos disponíveis:


Medicamentos.


Se for diagnosticado logo no início, alguns medicamentos ajudam a dilatar a parte estreita do esôfago para que o alimento possa passar.


Injeções de toxina botulínica.


A aplicação da injeção de toxina botulínica ajuda a relaxar os músculos na extremidade inferior do esôfago. Costuma ser indicada para quem não pode realizar cirurgias, mas os sintomas tendem a voltar após alguns meses.


Dilatação endoscópica.


É realizada por meio de uma endoscopia, e o especialista dilata a válvula com um balão a ponto de romper suas fibras. Na maioria das vezes, não precisa de internação e é considerado um procedimento pouco invasivo. No entanto, há riscos de aumentar o refluxo e pode ser preciso repetir o procedimento em outros momentos.


Miotomia por endoscopia.


Também é realizada por endoscopia , e o médico corta os músculos da válvula por meio de um túnel feito na submucosa do esôfago. Necessita de anestesia geral e internação. Também aumenta o risco de refluxo, e por ser uma técnica recente, os resultados a longo prazo ainda não são totalmente conhecidos.


Miotomia cirúrgica.


É uma cirurgia na qual os músculos da válvula são cortados e depois se confecciona uma nova válvula com os músculos do estômago.


É o único método que reconstrói uma válvula. Geralmente, é realizada por laparoscopia. Apesar de precisar de internação, há poucos riscos de refluxo e o resultado costuma ser mais duradouro.


Possíveis complicações.


O megaesôfago interfere bastante na dieta ao dificultar a ingestão de alimentos. “Inicialmente, há apenas um certo desconforto ao engolir, o qual progride. Em alguns casos, mais rapidamente do que em outros, impedindo o consumo de alimentos sólidos e até líquidos. Provoca perda de peso e carência progressiva de nutrientes”, diz o dr. Moraes-Filho.


Além disso, essa deficiência alimentar também provoca constipação intestinal, anemia, diminuição da imunidade, hipocalcemia (pouco cálcio no sangue) e hipomagnesemia (pouco magnésio no organismo), por exemplo. Com isso, há perda da qualidade de vida e também aumento de riscos de infecções e imunidade baixa.


“É preciso se atentar para o risco de aspiração de alimentos pelo pulmão, já que eles ficam acumulados no esôfago e podem ser aspirados. Os pacientes com megaesôfago têm um risco aumentado de câncer de esôfago. Isso não significa que todos terão a doença, mas é importante realizar um acompanhamento com endoscopia mesmo após tratamento”, finaliza o dr. Herbella.


Veja também: Câncer de esôfago.


Sobre a autora : Samantha Cerquetani é jornalista com foco em saúde e ciência e colabora com o Portal Drauzio Varella. Escreve sobre medicina, nutrição e bem-estar.

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